quinta-feira, 21 de maio de 2015

UM TRIBUTO AOS ASTRÓLOGOS DO PASSADO

Robert Hand realizou um vídeo que homenageia os astrólogos do passado. Além de pontuar um reconhecimento pelos que nos antecederam, suas escolhas falam por ele. Como ele realizou essa homenagem?

Um tributo aos astrólogos do passado
por Robert Hand

Robert Hand realizou um vídeo que homenageia os astrólogos do passado. Assistimos a uma sequência de fotos que vêm acompanhadas de datas de nascimento e morte das pessoas, páginas de textos, selo e desenhos de mapa.

A enumeração apresenta cerca de quarenta nomes em ordem cronológica, começando com Hermes de Trimegistro que é apresentado como “lendário fundador” da astrologia. Também como fundadores aparecem Nechpo (talvez do rei Necho II) e Petosiris (talvez um alto sacerdote da época ptolomaica).

Na sequência encontramos entre outros, Ptolomeu, Plotino, Roger Bacon, Regiomontanus, Pico de La Mirandola, Marsílio Ficino, Tycho Brahe, Galileu Galilei, Kepler, Jean Baptiste Morin, William Lilly. E o autor finaliza com o astrólogo inglês John Partridge (1644-1715) que divulgou o cálculo de casas intermediárias segundo Placidus e criou almanaques de sucesso. Nesse momento, a música silencia e aparece então a foto de Dane Rudhyar (1895-1985) que permanece na tela por longos quinze segundos.

A seleção nos ensina a refletir sobre uma galeria de estudiosos que contribuíram para a construção do conhecimento astrológico. O conjunto desse projeto envolve certa formalidade e bom gosto na escolha das imagens e no fundo musical cantado, possivelmente de cunho religioso e medieval. Chama nossa atenção também a forma de apresentação de Dane Rudhyar. E podemos nos questionar a esse respeito.

Robert Hand fundou em 1997 a ARHAT Media, cujo nome é um acrônimo para “Archive for the Retrieval of Historical Astrological Texts". Talvez por isso ele vem sendo reconhecido principalmente pelo trabalho de divulgação da astrologia clássica e tradicional, a partir dessas traduções e publicações.

Mas quem já leu seus livros de interpretação e especialmente o HOROSCOPE SYMBOLS, sabe que ele procura levar em conta também dados da abordagem psicológica, de uma forma muito pessoal. Ao elaborar os conceitos básicos da astrologia, nesse livro ele faz críticas e oferece sugestões de interpretação bastante originais e pertinentes nos fazendo pensar a respeito do que se chama senso comum em relação aos conceitos astrológicos.

Podemos imaginar que houve um destaque na figura de Dane Rudhyar, o fundador da astrologia psicológica da atualidade. O silêncio fala mais forte do que a linda trilha sonora escolhida para a primeira parte. Há evidente ênfase nessa presença. Que mais poderia haver?

Ainda no final lemos a frase: A aqueles que vieram antes de nós, homenagem . E ainda em latim: Resquiescant in Luce !, que se traduz por “Repousem em luz”, que é uma modificação inteligente da frase “Resquiescat in pax”, epitáfio presente em lápides e que fazia parte dos rituais da Igreja Católica.

Esse vídeo nos faz pensar na multiplicidade e na riqueza do mundo da Astrologia. Trata-se de uma grande homenagem aos astrólogos do passado por um grande astrólogo contemporâneo. 

Assista o vídeo no Youtube:

 

Astrologers Gallery by Robert Hand: https://www.youtube.com/watch?v=XSeE-w5vtLw




quinta-feira, 14 de maio de 2015

O FOGO E O AR, SONHOS E VIAGENS

Ao preparar a análise daquele mapa, observei o ascendente Leão. Esperava, portanto uma personagem brilhante. O sol em Gêmeos na casa dez me prometiam um trato social facilitado e uma tendência mental e inteligente. Ela chegou com um sorriso à boca, marcando com brilho sua presença. E uma aura de leveza com um quê de criança própria à natureza geminiana. Mas, essas observações eram superficiais. O que viria depois? Qual seria a história que eu ouviria?

Aos poucos vou entrando no relato da mulher quase menina à minha frente. Mercúrio em conjunção a Saturno em Touro, na casa IX,  não promete fala fácil, mas sim uma mente profunda e questionadora. Então, quando a conversa começa a acontecer, ela se põe a desfiar histórias que lhe acontecem desde a infância. Lembra-se que tem a experiência de sair do corpo desde então. Agora na idade adulta, isso ocorreria com menos facilidade e frequência. É afeita a desse tipo de energias. Tem percepções de vida passada com detalhes.

Desde o início não estranhei tais relatos. Era bonito de se ouvir. E mesmo se eu não acreditasse nessas possibilidades, como desacreditar? O trabalho do astrólogo é ouvir e dar algum tipo de encaminhamento à leitura do mapa. Não há necessidade de validação dos relatos ouvidos. O que vale na escuta astrológica é a experiência vivida, não seus fundamentos. E, principalmente, sua relação com os dados do mapa.

A lua em Áries na oitava casa prometia a mesma energia ígnea do ascendente. Haveria uma exacerbação pela oposição a Júpiter em Libra. E isso talvez explicasse em parte os contornos especiais do mundo psíquico daquela mulher, junto à sua afinidade com os níveis profundos da casa nove. Era o terreno dos submundos da casa oito travestidos de expansão jupiteriana.

Os relatos se alongaram por sonhos e outras impressões. Assim certa vez, em sonho, viu-se casada com filhos. Em meio à cena do casamento, viveu sensações de levitação. A cena foi interrompida, mas era como se pudesse dirigir o sonho. Fechou, então, os olhos e voltou a sonhar para completar a imagem do casamento.
Tais histórias era significativas e, por isso, ganhavam espaço neste momento. Deveriam ter uma função importante. A questão que se colocava para mim era entender a adequação desses relatos ao mapa que eu estava lendo.

A pontuação dos elementos, que sempre dão dicas essenciais para a compreensão do mapa, mostrava predominância de fogo (idealismo e expansão) e de ar (criatividade e mente ativa). Ou seja, ratificava o que o sol, ascendente e lua já tinham marcado: o funcionamento da natureza mental, idealista e imaginativa. E eles justificavam também a intensidade das experiências psíquicas típicas de casa oito.   

Como essa pessoa sensível e até certo ponto sonhadora lidaria com a vida prática? Qual seria a proporção desse mundo em relação à realidade concreta?

De uma maneira bem sintetizada, já que os outros dados do mapa não cabem nesta abordagem, a hipótese de diagnóstico indicava a necessidade de equilibrar os planos mental e imaginativo. O recurso que eu normalmente utilizo para isso é um trabalho físico de corpo e de consciência corporal. Seria uma maneira de contrabalançar com um apoio concreto o excesso de fogo e de ar. Passei-lhe sugestões: respiração atenta, caminhadas ou outro trabalho corporal de sua preferência. Descer da cabeça para o corpo seria de bom alvitre.

Será que ela seguiu essas indicações? Não é raro eu me fazer perguntas assim. As pessoas ás vezes permanecem comigo, com suas presenças e histórias.

Nesse caso, fui além. Não só me lembrei dela. Eu a acompanhei em suas viagens astrais. Acabei também sonhando o sonho dela.

terça-feira, 5 de maio de 2015

A OBRA AQUARIANA DE SEBASTIÃO SALGADO


O fotógrafo Sebastião Salgado desenvolveu uma obra que tem renome internacional. Quais são os dados astrológicos que nos indicam as relações entre essa obra e seu mapa?

Nem sempre temos acesso às motivações que conduzem as pessoas na construção de sua obra. No caso de Sebastião Salgado, podemos encontrá-las confessadas. Acompanhando a apresentação que o autor faz de cada uma de suas principais obras (Trabalhadores, Êxodos e Gênesis) talvez possamos entender a trajetória do fotógrafo e observar como ele chegou ao que possivelmente significa a mais impressionante de todas, ou seja, a última, que é um testemunho de amor ao planeta.
Na primeira parte do estudo fazemos um levantamento de alguns aspectos gerais de sua vida e obra: nascimento e infância, formação escolar e acadêmica, mudança profissional da economia para a fotografia, visão sumária dos três trabalhos citados. Em Trabalhadores, ele documenta o fim do modo de vida dos trabalhadores manuais em todo o mundo e as difíceis condições de seu trabalho. Êxodos mostra o deslocamento das populações por razões políticas e econômicas em busca de destino ou de sobrevivência. E em Gênesis ele registra a natureza intocada e populações isoladas.
Na segunda parte, observamos alguns elementos de seu mapa astrológico que podem nos dar uma descrição das qualidades de sua natureza: a predominância dos signos de Aquário (Sol), Leão (Lua, Júpiter e Plutão), Capricórnio (Mercúrio e Vênus) e Gêmeos (Marte, Saturno e Urano), a presença de cinco planetas retrógrados e a mudança profissional no Retorno de Saturno.

Na terceira parte, buscamos mais de perto alguns dados astrológicos em relação às obras citadas. O longo planejamento de cada uma delas fez que nos ativéssemos aos grandes trânsitos como marcadores dos contextos em que se desenvolveram. Especialmente a formação de formas fechadas por trânsitos marcam essas obras: Grandes Trígonos e um T-Quadrado.  O segundo trabalho teve grande significado para a grande mudança que ocorreu na direção do olhar do fotógrafo. Na terceira obra, percebemos que ele chegou a uma depuração da natureza aquariana de seu signo solar.
É como se o fotógrafo tivesse passado por todas as situações de sua vida para atingir o nível de expressão máxima do seu Sol aquariano, expressando na obra a vocação de sua alma.  
Para detalhes desse trabalho, visite o link abaixo on line e gratuito da Revista da Associação Portuguesa de Astrologia (ASPAS). Agradeço um comentário seu: http://associacaoportuguesadeastrologia.com/pt-pt/revista-4-estacoes/567?utm_source=Newsletter&utm_medium=email&utm_content=Newsletter+4+Esta%C3%A7%C3%B5es+%2A+PRIMAVERA&utm_campaign=NEWSLETTER+4+ESTA%C3%87%C3%95ES+%2A+PRIMAVERA