sexta-feira, 3 de abril de 2020

COM ALICE, DO OUTRO LADO DO ESPELHO

    Normalmente não estranho ficar em casa. Nestas semanas, estranho o motivo. Algo assustador. 
No dia-a-dia, limpo, cozinho, lavo. E faço outras coisas. Leio, escrevo, organizo. Atendo pessoas. Tudo de bom. 

    Mas, há um clima diferente. Uma experiência inimaginável. Surpreendente. 
Em casa


    Ao olhar pela janela e passar por flores e objetos significativos, cada um com uma história, transponho um limite para o lado de lá. 


   Como entrando no espelho da Alice e caindo em um espaço profundo e desconhecido. Essa imagem não tem nada de infantil.

   Mesmo assim puxo por uma Alice que mora em mim e me largo no espelho abaixo, com ela, nesse vazio pós janela para um mundo novo que me espanta. 

    Ultrapassando esses limites, junto dela me pergunto:  Que mundo encontrarei depois da janela, na calçada, na rua? Que pessoa serei eu depois disso tudo?

     Claro, ela não responde. E a pergunta me é devolvida pela imaginação em jogo de espelho. Serei mais preocupada com o que é essencial? Saberei diferenciar os níveis da realidade, não me perdendo em meio a irrelevâncias? Serei mais generosa? Mais amorosa?  

    Alice, você pode me ajudar a ser melhor depois de tanta estranheza?

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