O Festival Internacional de Animação do Brasil, ou Anima Mundi, aconteceu em São Paulo e Rio de Janeiro, em julho, com exibiçao de curtas, médias e longas-metragens, seriados e comerciais. Trata-se de um festival de animação anual que movimenta um universo enorme de produtores e pessoas afeitas ao gênero. Eu não fui assistir a nada. Pena.
Mas, fiquei me perguntando o que seria animação. Fui consumidora de desenhos animados na época em que a televisão iniciava seu caminho. As sessões eram bem repetitivas mas, quem se importava com isso? Mickey, Pato Donald e o Pica-pau.
Naquela época, tratava-se de "animação por célula" ou "animação desenhada à mão". O gato Félix foi lançado em 1919 e apareceu pela primeira vez na animação Feline Follies ("Folias Felinas").
Como decorrência natural da tecnologia, esses desenhos animados da infância de muitas gerações se transformaram em animaçao digital. Com direito a contínuas inovações, pois é uma prática relacionada com a computação gráfica.
Quem é o animador, o responsável pela criação das personagens que animam as histórias?
Uma matéria de jornal me indicou essa questão, quando contou a dificuldade de Carlos Saldanha (criador de A Era do gelo e Rio) para encontrar o animador que iria fazer o Blu dançar samba. Não foi o porto-riquenho, mas um lituano que conseguiu fazer a arara azul sambar no pé. Assim também, o criador do Bob Esponja é uma pessoa tranqüila que ensinava biologia marinha para crianças. E o criador de Cowboy Bebop, um senhor japonês que em nada parece compatível com faroeste espacial. Nenhuma relação aparente entre o criador e a criação.
Saldanha reflete: " O que inventamos é o que somos de verdade, não? Ou talvez sejamos mesmo "um personagem", como os atores são".
Tais personagens movimentam nosso mundo interno, nossas personagens e nossas histórias.
Esse universo maravilhoso, que tem tanto apelo infantil, fala mesmo de nossa natureza humana, dispondo imagens para sua representação.
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