
A convite da organização fiz uma palestra no sábado, cuja pesquisa iniciou, no começo do ano, quando fiz a análise do filme Bravura Indômita, candidato ao Oscar 2011. A oportunidade da palestra de sábado me abriu janela para a continuidade do tema.
Acontece muito. Quando fazemos pesquisa, sempre temos sobras, pedaços de assunto, rabos de outros temas.Fui em frente, então, na busca de entender mais o gênero faroeste e os símbolos masculinos em relação ao mundo dos heróis em geral. Na observação do papel de palestrante.
Essa experiência me deixa sempre à mercê de algumas surpresas que merecem indicação. Uma delas é a observação de um público que nunca é igual, tem respiração e corpo. É com ele que tenho que conversar e junto dele tenho que pulsar na voz e na velocidade com que expresso as informações. Sair dessa harmonia possível é fraudar o sucesso da comunicação. Nesse dia, ele estava atento e dialogava com os olhos e bocas.
Outro ponto é a troca de idéias com os participantes. Dúvidas e contribuições possíveis que alargam horizontes. Algo que eu pensei se conecta com algo que outros pensaram,trazendo novas informações.
Nesse dia, a partir de colocações feitas, houve ampliação de campo de pesquisa a partir dos dados da palestra.
Isso é rede de conhecimento. Um elo que se liga a outro e vai construindo algo maior do que todos os integrantes da rede. Como dizem os versos de João Cabral de Melo Neto, Tecendo a Manhã:
Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.
É muito gostoso ler seus textos, deixam sempre uma fio de linha para tecermos novas idéias...com essa manhã da poesia que vai se tecendo...
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