domingo, 10 de julho de 2011

O DESFILE/32 E AS FANFARRAS

        
Ontem, fui buscar uma amiga de Manaus, em parada estratégica por aqui, a caminho da Holanda (obrigada, Mônica). Na volta do aeroporto de Congonhas, passamos pelo Ibirapuera, palco de um desfile militar em comemoração da Revolução Constitucionalista de 32.  Confessei-lhe (timidamente) que gostava dessas paradas. Ela também e foi mais longe nas memórias, lembrando-se de um desfile em que as fanfarras das escolas de sua cidade estavam presentes. No calor do Amazonas, os alunos de esmeraram no som e nas roupas e gestual. Escorrendo por suas faces o suor e a alegria, seus sorrisos.

Relevante é, em casos como esses, o empenho pelo trabalho em conjunto, por algo maior. Por uma data? Por uma escola? Por uma cidade, estado ou país? Sim, haverá vaidades individuais. Mas, haverá também um professor, um instrutor, uma mentalidade de grupo sendo desenvolvida. Um valor sendo disseminado.

Manifestações como essas fazem falta nestes tempos de crise e de céu pesado. Fazem muita falta.

Ainda ontem, li, no jornal duas cartas de leitores a respeito da revolução, motivo da parada militar.  Uma contava com ênfase como  os paulistas "numa explosão de amor cívico ao Brasil" levantaram-se no intuito de restabelecer o regime democrático, que na época era subjugado (desde 1930). O tom era entusiasmado (obrigada, Antônio) assim como era o do outro leitor que falava da revolução como vitoriosa, embora outros brasileiros a identifiquem como "um movimento separatista derrotado".


Lembra ele que não foi derrotada, pois, ocorreu a convocação da Constituinte de 34, revogada em 37 por Getúlio Vargas(obrigada, Roberto). Bom, a discussão poderia ir muito mais longe. 

O que me interessa é a possibilidade que esses debates e manifestaçõs coletivas abrem em nossa rotina, podendo nos levar para outros níveis de percepção da realidade.

E também, como tais manifestações comemorativas grupais podem fazer a diferença entre os jovens, que estão necessitados de apoios, de valores. A violência, as drogas, a corrupção, a degeneração moral, tudo isso pode ser apenas motivo de um vazio a ser preenchido por algo que se tiver uma dimensão maior, fará a realidade mais fácil de ser levada.

       

Um comentário:

  1. Ana, vc tem razão...embora à primeira vista seja um assunto bem trivial, uma parada, rende sim boas discussões. Tb gosto, desde que com as pessoas "do ramo", ou seja, militares, defesa social, ex-combatentes. Um dia ainda conversamos sobre isso...rs...quem começou a discussão foi vc...rs....
    Quanto a esta parada em particular, respeito muito.Meu pai foi um combatente da Revolução de 32, e contava com muito orgulho, passagens de heroismos, coisas emocionantes...que só quem passou por um combate pode contar....

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