quarta-feira, 15 de abril de 2015

SEMEANDO CONSCIÊNCIA

Quando vi a chamada para o primeiro congresso de astrologia do Chile, percebi que não poderia perder a oportunidade de participar desse evento. Depois, veio o convite de Vanessa Guazzelli Paim (obrigada!), a presidente da CNA (Central nacional de Astrologia) para escrever a notícia a respeito dele.

Daí o texto abaixo que traz algumas informações do evento e considerações sobre a astrologia do Chile.    

Semeando consciência

“Lo que mas puedes ser... es ló que eres ahora.” Carta XXI- O MUNDO
“Si te mueres... no te pierdes nada.”Carta XIII- A MORTE
Aníbal Buscañán

Esse lindo título foi o mote do primeiro congresso de astrologia no Chile, em Santiago, de 7 a 9 de novembro de 2014.

Eram cerca de 250 pessoas astrólogos profissionais, estudantes e leigos interessados no assunto reunidos na Universidad del Pacífico, hospedados pelo setor de Psicologia da academia.

Os três organizadores Pablo Flores Laymuns, Mônica De Simone Paoletta e Ximena Brajoviv Estellé trabalharam ao longo do ano, por muitos meses até poder comemorar seu feito realizado com sucesso.

Além dos astrólogos chilenos foram convidados dois internacionais (Vanessa Guazzelli Paim do Brasil e Jorge Serrano do México). 

A abertura foi feita por um xamã mexicano, D. Lauro, que em linguagem de sabedoria, nos relembrou que “somos todos estrelas”. Depois dele, Aníbal Bascuñán abriu o congresso com Filosofia Astrológica utilizando como ilustração cartas de tarô desenhadas por ele de forma criativa, bem humorada e desafiadora.

Entre o sábado e o domingo outros palestrantes se apresentaram em áreas variadas da astrologia: Ana Maria Quiroga e o método Huber; Jorge L Serrano e Quíron; Edgard Pérez e o Quadrado-T; Cristián Rupaillán e as gerações astrológicas; Vanessa Guazzelli Paim e Lilith; Gonzalo Pérez e os “Trânsitos atuais e sincronia com o grande salto coletivo”; Pablo Flores e os relacionamentos; Karin Ostertag e a energia feminina no mapa. Houve ainda temas ligados a abordagens contemporâneas em que se observa a mescla de áreas, tais como a Astrologia Védica (Ricardo Bravo),a Cabalística (Alejandro Lagos) e  Ancestrologia (Pedro Engel).

Foi uma surpresa para os organizadores a acolhida que o evento recebeu do público que estava comovido e satisfeito pelo que tinha vivenciado.

E também pela acolhida simpática do mais importante jornal do Chile, El Mercuryo que publica em primeira página a notícia do evento.

Os três organizadores tinham como objetivo dar um lugar à astrologia fora do misterioso e  inacessível, trazendo-a para mais perto das pessoas e  reunir a comunidade,  abrindo possibilidade de contatos e trocas de conhecimento. Semear a consciência era o mote e tema do evento trazido por Monica que foi desenvolvido pela equipe de forma feliz. 

Os objetivos delineados foram alcançados, pois parecia que todos estavam esperando por ele.  

 
razões e significados do primeiro congresso de astrologia do chile 

Todos concordam: foi um evento histórico. Mas, por ser o primeiro em 2014, coloca-se uma pergunta. Por que somente agora se realizou um evento dessa natureza no Chile? Essa estranheza se coloca quando sabemos que inúmeros profissionais têm mantido grupos de estudo e escolas na formação de astrólogos. 

Tive oportunidade de conversar com vários astrólogos a respeito do assunto: Cristian Rupaillán, Gonçalo Perez, Ricardo Bravo, Paulina Peñafiel, Pablo Flores, Aníbal Bascuñán. Entre as opiniões pude ouvir que a astrologia chilena amadureceu. Em épocas anteriores, há cerca de dez anos, por exemplo, houve tentativas frustradas. Houve reuniões entre os astrólogos com essa intenção que não chegaram a realizar encontros de maior amplitude.

Há também a questão política do contexto chileno que poderia ter marcado gerações anteriores com sérias consequências. No Chile tais situações históricas tiveram um caráter mais severo e permanente do que no Brasil. O medo e a repressão podem ter sido responsáveis pelo impedimento de mais fácil e ampla comunicação da astrologia junto ao público.

Observa-se na sociedade chilena certa rejeição e descrédito à astrologia, senão, como explicar que os Florais de Bach tenham chegado recentemente com aceitação e sucesso rápido?

Ainda contamos com os dados do mapa do Chile que fala de um povo que resguarda a vida privada com discrição. Há uma atitude de cuidado com esse tipo de informação.

Mas, mesmo se considerarmos que o povo chileno tem tais características, alguma coisa está mudando em relação à aceitação da astrologia. Um sinal forte para isso é a notícia do evento em primeira página no jornal El Mercuryo, um dos mais importantes do País.

O primeiro evento demorou a acontecer. Lideranças novas livres de todo tipo de comprometimentos surgiram trazendo energia e dando estrutura à experiência dos antigos. Depois de um trabalho silencioso – um vazio aparente -, ocorre este congresso trazendo à luz uma força ainda desconhecida da comunidade astrológica.

E, talvez ele tenha chegado em momento de amadurecimento da classe astrológica que poderá a partir da continuidade desses encontros, construir uma sustentação útil para todos os profissionais da área. Tal permanência contribuirá para a formação do profissional, para a elaboração de um corpo de pesquisa e para o desenvolvimento do conhecimento que tem a marca do Chile e que merece ser compartilhado mais amplamente.

E, indo um pouco mais longe, talvez essas condições de desenvolvimento no Chile possibilitem aspectos específicos na qualidade da astrologia chilena. Esse tipo de abordagem só tem sido possível a partir de agora com a ajuda da tecnologia e da observação das astrologia nos vários países e regiões.

Assim inaugurou-se a era dos eventos em Chile: com público considerável e uma aura de real harmonia entre os participantes.

Que os objetivos alcançados sirvam para congregar a comunidade astrológica do Chile, em todas as suas possibilidades, no respeito a todas as diferenças e no fortalecimento da astrologia.       


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