É sempre uma boa
surpresa ter notícias dos clientes falando de suas lembranças e experiências a
partir da leitura do mapa astrológico efetuado.
Certa vez, recebi um cartão postal enorme
de Paris, em que uma cliente dizia: "Sua bruxa, estou em apuros, mas foi
como você disse, inesperado e forte... Achei o amor por aqui e criou-se uma
difícil situação..."
Muitas vezes essa
comunicação se dá por telefone:
- Sabe, Ana,
aconteceu tudo como você previu... deu tudo certo...
Do lado de cá do
telefone, no primeiro momento eu vivo a alegria de ver o contato estabelecido e
vivo, o diálogo acontecendo entre o meu trabalho e as pessoas. Um pouco de
vaidade. Logo depois, com um frio percorrendo a espinha, entro por emoções
desordenadas. Na verdade, o que meu cliente está falando me preocupa por vários
motivos.
Os outros níveis
são mais delicados de tratar. Será que acertei mesmo assim como as pessoas
dizem? Tenho esse poder todo?
Elas vêm buscar
algo, como uma resposta ou um alívio e o mapa é o instrumento para que a
questão possa ser elaborada. Mais raramente, a pessoa vem buscar elementos para
seu autoconhecimento. Em ambos os casos, eu lhes ofereço uma análise do mapa de
nascimento através da linguagem astrológica.
O mapa do
nascimento é instrumento objetivo: identifica características, vocações e
dificuldades, discrimina direções, indica alternativas possíveis. Mas ele é
também passível de vários níveis de interpretação. Aí entra meu temor. Guardo
uma indefinível sensação de ter nas mãos algo muito delicado. Um descuido no
uso das palavras pode ser desastroso. As possibilidades de compreensão dependem
do nível de consciência de cada um.
Ou seja, a
elaboração dos conteúdos vai depender das possibilidades de uma linguagem comum
entre eu e a pessoa a minha frente.
Na verdade, os elementos intermediários
desse diálogo são dois: os símbolos astrológicos e a linguagem propriamente
dita. A leitura desses símbolos deve ser expressa de forma a ser compreendida
pela pessoa a quem ela se dirige. Tal diálogo permitirá, então, que a pessoa
utilize as informações astrológicas conforme suas necessidades. O valor do
discurso e das palavras utilizadas estará a serviço de descobertas e de
respostas e para isso devem permitir o estabelecimento de uma relação com a
pessoa a quem se destinam. Trata-se de um encontro sutil que possibilitará
também uma espécie de catarse, um efeito químico de necessidades satisfeitas. O
poder não foi meu, mas de um contexto de aspectos em cuja lista se incluem a
atuação do profissional e certa prontidão do ouvinte.
Aconteceu nosso
encontro? Comemoremos. Há muito que ser celebrado.
Certa vez, recebi um cartão que dizia
assim: “Lembrei-me de você.” E a imagem era um canteiro cheio de flores
coloridas, cheias de sol e de brilho. Em uma cidade do Canadá, em um mês de
primavera quase verão.
A generosidade
desse gesto talvez seja sinal de um diálogo que se alongou, de um encontro de
sucesso. De que a linguagem astrológica ecoou. Fez-se lembrança.
Ela merece meu
agradecimento. Ela reafirma o contato e abre outros espaços de relacionamento.
Como diz a propaganda, isso não tem preço.
Obrigada Ana Maria. Bom para refletir. Beijinho de Portugal
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