O artigo que segue traz interessante abordagem a respeito de Urano,
Netuno e Plutão. Os planetas trans-saturninos são desafio constante
para nossa interpretação. Cabem sempre novos argumentos para nossa
reflexão. Daí ser bem-vindo o texto de Sílvia Ceres, astróloga
argentina. Leia a seguir.
O original está no link indicado ao final do texto. A tradução
ficou a meu cargo (Ana Maria M González).
PLANETAS TRANSATURNINOS (I), por Sílvia Ceres

A primeira delas é uma marcada contradição básica. Por um lado
eles são denominados transcendentes embora sejam definidos como de
ação imprevisível -Urano-, enganoso e predisposto à fraude
-Neptuno- e descobridor do oculto debaixo do tapete -Plutão-.
Mas, vejamos, alguém pode explicar qual é a relação existente
entre a transcendência e o azaroso, o espelhismo e a função do
aspirador de pó? Suponho que não. É provável que passado um
momento, alguém tenha uma compreensão importante desses
acontecimentos, mas o mesmo se poderia dizer de qualquer outra
ativação planetária.
A segunda razão é que lhes é concedida uma regência sobre os
signos no mesmo plano que os planetas do setenário tradicional.
Assim todos os nascidos sob Aquário estão pela manhã, tarde e
noite perfilando teorías revolucionárias, os piscianos estão
perpetuamente em estado de devaneio, enquanto que os escorpianianos
vivem sua existência dentro de um vulcão transformativo.
Convenhamos que não há psiquismo humano que resista a esse nível
de tensão constante. Os hospitais neuropsiquiátricos provavelmente
tenham entre seus pacientes uma boa quantidade de pessoas com estas
energias desencadeadas: los paranoicos uranianos, los esquizofrênicos
netunianos, as psicoses violentas plutonianas.
Se nos referirmos às pessoas “normais”, ou simples neuróticos,
devemos ter em conta junto aos transaturninos, a regência
tradicional dos signos .

No caso de Netuno e sua relação com a inspiração artística e a
mística, é importante contar con uma determinada cosmovisão que
oriente e dê sentido à busca -Júpiter-. É difícil pensar em
Santa Teresa ou em San Juan deixando de lado o Cristianismo ou ao
Sufismo separado do Islamismo, ainda que suas visões vão mais além
do dogma religioso.
Por último, Plutão transformará em busca da essencialidade a quem
possa viver como um sujeito autônomo que deve cuidar de si mesmo
-Marte-.
Resumindo: os sete planetas tradicionais descrevem o indivíduo em
suas vivêcias, vínculos, pensamientos, etc. Os transaturninos abrem
as portas a uma busca de maior alcance que permite acessar outros
níveis de compreensão, tanto do homem como da vida.

No entanto, exceptuando-se a hipótese de que o dono da carta
avaliada se tenha criado em uma nave espacial ou em um submarino a
grande profundidade, ele é um filho de sua época, pelo que estará
atravessado pelas buscas e inquietudes próprias de seu momento
histórico e social. Algumas posições dos transaturninos
–posicionados em casas angulares, aspectos com os planetas
pessoais- o envolverá mais com o espírito de seu tempo que a
outros, mas ninguém cresce fora de seu contexto.
Fica então por definir novamente na próxima postagem do blog Urano,
Netuno e Plutão.
Obrigado pela contribuição, Ana.
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