segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

HANS HARTUNG, OFICINA DO GESTO

Visitei a exposição  no CCBB/SP (novembro-14 a janeiro-15) do pintor franco-alemão, Hans Hartung (1904-1989) mestre do abstracionismo europeu do século XX. Ele é referência da arte informal, da poética do gesto rápido, segundo as palavras do texto de apresentação da mostra. Conheceu diretamente todos os movimentos de vanguarda, do abstracionismo ao expressionismo. Foi reconhecido pela busca da liberdade artística e do seu comprometimento a favor da democracia, visto que viveu em tempos pesados de guerra. 
 
Sobre seu gesto de criar, ele diz: “Rabiscar, riscar, atuar sobre a tela são atividades humanas que, para mim, parecem tão imediatas, espontâneas e simples como dançar, ou as cabriolas de um animal que se pavoneia, corre, saltita. Uma planta que brota, o sangue que pulsa, tudo que germina, cresce, explode com vitalidade, com a força da vida, com sofrimento ou alegria, todas essas coisas podem encontrar sua encarnação peculiar – seu próprio signo – em uma linha desenhada que pode ser suave ou flexível, curvada ou ereta, rígida ou muscular, e em manchas de cor, estridente, alegre ou sinistra.”
 
Em épocas difíceis, ele confessa: “Meus desenhos estavam atravessados por traços entortados, estranhos, enlameados, desesperados como arranhões. Era uma pintura veemente, revoltada como eu mesmo.  Eu tinha a sensação de haver sido enganado. Fora alguns franceses que haviam sido mobilizados, os pintores todos haviam passado a 
guerra refugiados em algum lugar. eles não haviam parado de trabalhar, de progredir.”
 
No final do ano de 1933, em meio ao seu retorno de Saturno, que reflete uma época de fechamento de ciclo e de decisões importantes, ele diz: "Em fins de 33 /.../ eu entendi que o caminho que eu havia tomado há uns 10 ou 11 anos antes era o verdadeiro para mim. Olhei enfim para meus antigos desenhos do tempo de escola. Larguei tudo e recomecei por eles."
 
Essa confissão decide sua vocação e caminho pela vida. 
 
Um grande trígono em signos de ar (Libra/Marte, Saturno/Aquário e Lua/Plutão/Gêmeos) lhe facilitariam o sucesso na arte e pintura. Digamos que o T-Square em signos cardinais Mercúrio/Capricórnio, Marte/Libra e Júpiter/Áries) com ponto Apex no planeta Mercúrio, lhe fariam preferir a comunicação cuidadosa e pelo gesto físico na exploração fecunda dos recursos, como se observa em suas várias fases.  

 
Ficou em mim a impressão de que, como sempre, a arte é expressão de vocação e de alma. Das possibilidades mais incríveis da natureza humana. ou como ele mesmo diz, espontânea e que "explode com vitalidade, com a força da vida".   
 
Para mais informações, visite o site do CCBB ou leia o arquivo:
 

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